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FormAção

Updated: Mar 15, 2022

Nosso entendimento da formação do psicanalista



A formação do analista, como entendemos, é ininterrupta. Exige um tripé mínimo de sustentação:


análise pessoal aprofundamento teórico

exposição permanente de sua prática e pensamento


Orientamos nossa prática a partir de Freud e Lacan, e seguimos adiante sustentados pela via pulsional. É também um lugar, desde onde se mantém a escuta necessária para uma formação permanente.

Uma análise deve ser didática, um aprendizado. Fazer uma escolha de formação desde uma orientação que se guia pelo desejo reconhecido e assumido é pilar fundamental. Manter-se em análise é estar cada vez mais próximo do entendimento dos destinos dados pelo inconsciente, e fazer-se agir a partir desta altura, é recuperar - a cada vez - uma potência que nos dê condições de operar com essa força vital, não mais sendo um sujeito apenas conduzido por forças ocultas.

Assim, um grau maior de lucidez e vitalidade diante do mundo são possíveis de se obter no processo de formação, e é exigência ética fazer chegar aí qualquer um que se pretenda analista.


... Isto só é, até o presente, abordável, no nível do analista, na medida em que seria exigido dele ter precisamente atravessado em sua totalidade o ciclo da experiência analítica

Jacques Lacan


O exercício clínico da análise e a escolha ética pela Sublimação:


A transmissão do conhecimento em psicanálise é possível se considerarmos que a teoria embasa o que há de extrapessoale encontrará sentido no singular de cada Um. Não se pode renunciar ao Saber sem correr o risco de perder a condição de escolha e portanto, de existência.


É na exposição do discurso e dos atos analíticos, permanente exercício ético de uma formação, que se faz a sustentabilidade de um pensamento que corre sempre o risco, ao recuar de seu exercício, de ser capturado por forças reativas recalcantes que entendemos serem predominantes do mundo.

A exposição é a atividade que garante o rigor de um pensamento que seja movido pelo abstrato e que ao mesmo tempo exige a lida com o real, entendendo que este, embora "simples", se apresenta de forma tão refinada que só um percurso analítico pode sustentar. Há uma precisão na condução sem a qual não se alcança o modo pulsional necessário para uma clínica que se pretenda psicanalítica. Trata-se de um exercício que amplia a possibilidade do desejo do analista de permanecer onde deve estar, num sentido contrário ao da identificação.

Pressupomos atuação em uma Clínica Geral, desenvolvendo projetos de interação com diversos eixos da cultura, arte, educação, filosofia e das organizações.


O que está em jogo nesta clínica geral é a pulsão como medida de nossa relação com o inconsciente, com a verdade, com o vivo.


Acontece de ser este vivo uma determinação constante, e se de alguma forma ele resulta, do método psicanalítico aplicado, que ao seu tempo o provoca, o convoca, isto se dá legitimamente na medida em que o método guarda uma aliança essencial com a vida – isto é, com a pulsão- e sua ética originária. A partir daí, essa ética encontra no método seu meio de afirmação, sua precisão. A psicanálise, não é uma ciência do “ homem psicanalítico”, mas da vida, tal como ela se diferencia, se aprofunda e se abisma nas condições de experiência do homem. E não, é claro, do homem em geral, mas de cada um, conquanto o destino de um possa interessar ao destino de todos.

João Perci Schiavon • Pragmatismo Pulsional





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